sexta-feira, 31 de março de 2006

Um post revolta

Hoje foi o primeiro dia do julgamento de um homem de 20 e poucos anos que assassinou uma moça de 17 anos em outobro de 2002. Porque ele fez isso exatamente ninguém sabe, o julgamento vai mostrar, mas ele é acusado de tê-la assassinado porque ela se recusava a namorá-lo. E', por causa disto ele jogou gasolina ou algum outro produto inflamável em cima dela e a menina foi queimada viva. Dizem algumas testemunhas que vizinhos homens observavam a cena de suas janelas e gritavam incentivando o rapaz pois, afinal, como ela não "dava" para ele, devia "dar" para outros então era uma puta e merecia ser punida.
Super ambiente bacana nos subúrbios deste primeiro mundo.
O moço diz que não sabe porque fez isso, foi involuntário jogar gasolina e acender um fósforo ou isqueiro perto dela. Foi um fantasma quem pegou o balde ou sei lá qual recipiente, jogou na moça e acendeu o a chama.

Este fato deu origem aqui na França à uma associação de mulheres chamada Ni putes ni soumises - Nem putas nem submissas - que prentende e tem tentado defender direitos das mulheres seja qual for sua origem.
Uma boa parte da violência contra as mulheres que acontece aqui é realmente devida à uma certa origem, uma certa cultura, a maior parte dela acontece nos meios de imigrantes principalmente entre pessoas vindas da Africa do norte. Muitos homens desta região tratam as mulheres como objeto. Quero dizer, só têm respeito pela mãe, proíbem as irmãs de passear, se divertir, muitas vezes de sair de casa. Enquanto que mulheres que não são de sua família não merecem nem recebem nenhum respeito.

Quantas adolescentes não são violentadas nos porões dos conjuntos habitacionais dos subúrbios parisiense: uma cai na lábia de um rapaz, que a convida para ir em casa, ou para ir namorar escondido e quando ela chega no local do encontro, os amassos começam e de repente uns 5, 6 ou mais rapazes aparecem do nada, se já não estivessem esperando por ela. E depois ela fica com etiqueta de fácil no bairro e vai ter que se submeter a estupros coletivos sempre que eles a quiserem.

Também acontece dos rapazes "emprestarem" suas namoradas para seus amigos. Um carinha namora uma menina. Se ela dormiu com ele ela é fácil. Se um amigo quer transar e não tem nenhuma menina à mão, ele pede a namorada do amigo emprestado. Ele empresta e ele tem que ir se não o couro vai comer. As meninas têm medo de dar queixa pois podem sofrer represálias da parte dos rapazes, no bairro, na escola, o fato - que ela não é mais virgem - pode chegar aos ouvidos do pai e pode ser pior ainda. Também tem a vergonha de ter sido usada, o sentimento de estar suja. Ainda há muito o que fazer por aqui no que diz respeito à delegacia para mulheres.

Estas fatos dão raiva e são revoltantes pois sempre se fala de coisas que acontecem em países de terceiro mundo onde as condições de vida são péssimas, onde não há respeito ao ser humano, onde muitas vezes a mulher não é considerada como um ser humano. Mas, fatos deshumanos acontecem na capital francesa, país dos direitos do homem, da grande democracia, etc e tal. Você não vê isso nas esquinas, um turista não vê isso, nem a TV estrangeira, mas isto existe e é grave.

Essa menina não foi a primeira nem vai ser última a sofrer uma ação tão violenta como esta. Mas talvez, quem sabe, este julgamento sirva para alertar a população, o governo, sei lá, fazer com que as pessoas tomem consciência da barbaridade de atos como esse. A Idade Média já acabou no Ocidente! Mas para alguns povos ainda não.

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