terça-feira, 24 de fevereiro de 2004

Mardi Gras

Hoje é o tal famoso Mardi Gras.
Como bem sabemos, esquindô esquindô.
bumbumpaticumbum...
Terça feira gorda.
Tão gorda que foi um dia normal. Passei o dia com um bando de franceses (eu e outras 19 pessoas, todos estamos fazendo um curso pra ficar mais inteligente... não, minto, o curso é para ficamros mais atraentes para o mercado de trabalho francês e seduzi-lo melhor. Uau. Não sei se isto vai se tornar realidade, mas pelo menos estamos no divertindo!).
Nada de fantasia, nada de folia. Aliás só lembro que é carnaval passando por saites que falam do evento. Ainda nem vi imagens. Nemm sei se vou ver (não vi nada do carnaval do ano passado. Alguém quer me mandar a edição especial da Manchete? Ou até a edição especial não existe mais???).

Pois bem, mesmo sendo "a" brasileira do grupo, ninguém perguntou de Carnaval, de mulher pelada, praia e futebol. Nos conhecemos ontem, primeiro dia de curso - e vamos passar os próximos 4 meses juntos, de segunda à sexta, das 9h da manhã às 17, 18 ou 19h dependendo do dia.
Foram curiososos o suficiente para perguntar coisas sobre o Brasil, sem cair em nenhum clichê - como é o inverno, o verão (para comparar com a Guyana, com a Polinésia, duas pessoas vêm destes pedaços do mundo). Entre os outros 17 existem "estrangeiros" também, pessoas que não são de Paris e falam com seus sotaques regionais - o que finalmente me libera de ter o único sotaque original num grupo, mesmo se quando falo francês não tenho um sotaque que possa ser imediatamente identificado como "é uma brasileira quem está falando".

Que bom que não caímos em nenhum clichê nesta nossa conversa, normal, fomos aceitos neste curso (após uma rude seleção) porque justamente nós somos diferentes, somos criativos, cheios de idéias inovadoras e com muita garra. Para que eles possam nos formatar melhor na cultura da instituição que dá o curso há muitos longos anos.

Ufa. Só houve a eterna dúvida de como me chamo, saiu Josara, Joussarah, e afins, como sempre. Corrigi algumas vezes, mas como temos nossa lista de discussão particular, meu nome vai entrar na mémoria do povo pela leitura. tive que dar fa mosa explicação: peguem jus do jus d'orange (jus=suco, é um "jus" de biquinho) e Sarah e colem tudo, e tirem o aga por favor. Et voilà.
Espero que tenham pego o espírito da coisa. Não sou a única de nome difícil pois há uma moça com nome bretão que... não guardei. Muuuuito diferente. Só tive uma "vantagem" em relação aos colegas: como sou "a" brasileira, não preciso me apresentar a cada vez que falo algo, o povo já assimilou que sou eu, mesmo se não guardaram meu nome (até os professores entre ontem e hoje já registraram minha carinha). Daqui um pouco vão me chamar "ei, fulana brasileira, o que você acha do conceito de mundialização do marketing para venda em locais ermos da batata quente feita por pequenas comunidades nômades silvícola e urbana ali do fundo do quintal em prol do bem da economia global?"

No mais, vamos passar 4 meses falando de comunicação através dos suportes numéricos (hum, num sentido francês de ser, meio multimídia, meio internet, meio intranet, meio vídeo, meio qualquer coisa ligada a isso aê e mais alguma coisa). Cursos teóricos e práticos.
Belê, o principal é que eu tô de férias no trabalho, durante meses, para fazer o curso e o estágio obrigatório de fim de curso. Uêba. Verdadeira estudante profissional. Não seguirei nem de perto nem de longe nenhuma catástrofe para contar para vocês (entre os fulanos que quebram o dedo mindinho e reclamam que não podem ir à praia, ou outros fulanos que ficam doento no México, ou na India ou qualquer outro lugar e reclamam que ninguém fala francês nesta terra estranha...).

Céus!

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