sexta-feira, 17 de março de 2006

E aí, amizade? Qual é?

Estava lendo em um blog um post sobre a falta que faz uma amiga quando estamos morando no estrangeiro.
Tem gente que tem amigas, outras não. Também acho que aintensidade da amizade também depende de nossa idade e de nosso caráter.
Eu por exemplo, desde pequena nunca fui agarrada em amigos – até uma amiga de infância reencontrada agora em janeiro (merci iogurte!) depois de mais de 16 anos sem notícias, disse isso, ou lembrou deste detalhe.
Eu era, e sou, do tipo que é capaz de ir ao cinema só, qualquer dia da semana, qualquer hora, é só dar vontade. Não vou sábado à noite por algumas razões: está sempre cheio e a gente não pode se espalhar, tem que ficar com o manteau no colo, ficar esbarrando no braço do vizinho, e em algumas épocas anteriores, fases meio deprê, era deprimente sair e ver tanta gente alegre. Até enchia a paciência: eles não podiam estar felizes em silêncio?

Oh, estou reduzindo tudo, falando por atalhos, mas básicamente é isso.
Pois bem.

Apesar de ser um tipo solitária de pessoa, faço muitas coisas sozinha – é raro querer ir às compras acompanhada de uma amiga. Aliás até vou, mas em geral, quando tem alguém perto não consigo decidir o quero o que comprar pois a minha meio-paranoia-loucura fica na dúvida se eu gostei mesmo do objeto ou se fui influenciada pelo bom gosto da pessoa (ha! Claro que é bom gosto,minhas amigas só têm bom gosto) – continuando... apesar de ser mais para solitária, tenho amigas. Mas não posso dizer que sou uma ótima amiga, me digo que sou relapsa com elas, pois com carga de trabalho, estudo e casa para cuidar, nem sempre (para não dizer quase nunca) não bato um fio para falar oi. Coisa que eu fazia muuuuito até uns 5 anos atrás.

Também existem várias intensidades de amizade: aquelas que podemos ligar para falar babozeiras e abobrinhas, aquelas confidentes, aquelas de compras, aquelas de papo mulherzinha, aquelas de ser amiga.
Também posso dizer que sinto faltade amigas. Mas também sinto falta de ter tempo de cultivar as amizades. E também sinto falta de ter tempo para ficar mais comigo mesma. Me and myself alone.

E tenho que confessar que a vez mais fácil de “manter” uma amiga que houve em inha vida foi quando dividi um apê com ela, ela que chamaremos aqui de Sra Fritas.
Nem me lembro mais como nos conhecemos, nos idos de 1995-1996, mas ficamos amigas mesmo quando dividimos o espaço do apê. De papear horas, jogar papo furado, chorar juntas por namorado (heim Sra fritas?) por namorado, falar coisa séria, fofocar, de assuntos íntimos, de estar cada uma conectada no ICQ – em 97! – cada uma em seu próprio quarto e marcar encontro na cozinha para papear, jantar ou tomar chá. (Isto até é engraçado pois podíamos conversámos com as mesmas pessoas e ninguém acreditava que a gente ia mesmo, de verdade, se encontrar na cozinha). Agora ela está longe e não dá mais para ficarmos 3 horas no telefone (sim!) como acontecia às vezes, depois que nos separamos de nossa vida em comum.
Hoje em dia, mesmo que estivéssemos na mesma cidade, acho que isto não aconteceria mais: estamos mais velhas, temos outras obrigações familiares, profissionais. Foi uma fase de nossas vidas, uma boa fase (né, mulherrrrrr?).

E agora estou em outra boa fase. Como já passei por outras boas fases.
Não somos adolescentes eternamente, não temos muitas tardes livres para fazer nada com amigas (como é bom!).
São coisas que ficam na saudade, nas boas recordações. E quando a oportunidade aparece, uma reunião mulherzinha sempre é bem-vinda!
Meninas, espero poder participar de uma em abril!

Nossa, ainda posso escrever muitas linhas sobre o assunto.
Amizade é tão bom!!!

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