quinta-feira, 5 de agosto de 2004

Henri Cartier-Bresson - HCB

Ah computadores... tinha escrito um post legal sobre ele e o danado escafedeu-se pois o computer onde estou travou na hora que eu ia salvar o texto (e como estou no trabalho ia ficar muuito chato pedir pros técnicos em informática de recuperar meu texto informáticamente... farei um up-date mais tarde, de casa : é mais seguro!)

HCB se foi na 3a feira, aos 95 anos, no sul da França, onde foi enterrado ontem. Um dos grands fotógrafos do século 20.

(up-date)
HCB – ele se foi na 3a feira, deixando não um vazio, mas saudades naqueles que amam a fotografia.

Foi um dos maiores fotógrafos do século 20. Ele contribui para transformar a fotografia de um passatempo da classe alta para uma profissão respeitada. Ele foi o inventor do « momento decisivo » (que, em fotografia, se refere à fração de segundo que transforma a foto em uma imagem mítica).
Foi um dos fundadores da agência Magnum em 1947, junto com Robert Capa entre outros fotógrafos. Ela era (e é) uma agência de e para fotógrafos, uma cooperativa de fotógrafos – o nome da agência é uma alusão às garrafas de champanhe tamanho « gigante », chamadas magnum – o objetivo da agência era proteger a autonomia dos fotógrafos (antes dela, os fotógrafos vendiam suas imagens a preço de banana – nos áureos tempos quando esta fruta era barata – ou nem ganhavam nada, pois seus interesses não eram defendidos. Desde que a agência apareceu, e as outras que nasceram depois, um fotógrafo pode deixar seu trabalho na agência que se encarrega de vender em seu nome e de recuperar o benefício da venda, e verifica que o crédito/copy right está sendo respeitado).

(Na França e em muitos países o fotógrafo não é empregado de um jornal, como acontece muito no Brasil. Eles não tem salário fixo, então é necessário que exista uma estrutura deste tipo para defender seus interesses. Não que o trabalho num jornal seja garantido e pague bem, mas isto é uma outra história...)
Ele foi um dos pais do fotojornalismo e cobriu grandes eventos mundiais como o assassinato de Gandhi em 1948, ele assistiu ao aniversário de 50 anos da tomada do poder em Pekin em 1958, ou fotografou ainda as barricadas em Paris em 1968. Ele viajou o mundo todo, fotografou o mundo todo. Muitas de suas fotografias eram fotos de rua e por isso o chamaram também de fotógrafo humanista além de pai do fotojornalismo.

Ele adorava a imagem sob todas as formas. Além de grande fotógrafo ele foi assistente de Jean Renoir em muitos de seus filmes.

Ele disse uma vez que fotografar é « colocar na mesma linha de mira a cabeça, o olho e o coração. E’ uma maneira de viver » (C'est mettre sur la même ligne de mire la tête, l'œil et le cœur. C'est une façon de vivre) (en français)


Numa de suas últimas entrevistas, em abril de 2004, ele fez reflexões sobre a morte e sobre como as culturas asiáticas e latinas lidam com a questão diferentemente dos europeus.

"Nós franceses não pensamos sobre isso (a morte). Não queremos pensar nisso"… "Mas na Índia as pessoas pensam nisso o tempo todo. E também no México. O que gosto naquele país é que a morte está bem viva."
Ele foi viver (e fotografar) em outros lugares.
Obs.: O site da Fundação HCB está fora do ar esta noite, deve ter sido tomada de assalto. Melhor passar outro dia.

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