quarta-feira, 24 de agosto de 2005

Reflexões empregatícias

Hoje em dia, para procurar emprego aqui na França tem-se que se passar pela Internet, só o envio tradicional de currículos pelo correio não é mais suficiente e até meio fora de moda. Sites de anúncios, empresas de interim, sociedades anônimas e menos anônimas. Quanto mais a gente responde a anúncios, mais a gente percebe que tudo está linkado.
Como assim, Bial?
Ora bolas, veja bem: há uma onda de “blogs RH” por aqui: alguns recrutadores estão começando a ter os próprios blogs (os “caçadores de cabeças, vulgo head hunter ou chasseur de têtes, mas eles não são canibais, não, até onde sei), patrões de empresas também mantém os seus, candidatos, como eu, também tem o seu. Euzinha aqui tenho este blog, um blog em francês para falar de qualquer coisa e coisas quaisquer e um outro em francês, mais sério, onde falo de mim, de minhas competências profissionais, o que procuro como emprego, falo do mercado de trabalho, etc. O que passar pela cabeça que tenha alguma relação com emprego/mercado de trabalho.
Pois então. Como ando no mundo blogosférico RH francês, quando respondo a um anúncio, talvez o recrutador que recebe meu currículo vai pensar dar uma googlezada no meu nome (tá virando uma coisa bme comum, mas aí no Brasil o povo tem que tomar cuidado com sua imagem na interne principalmente por causa do Orkut!) e vai dar de cara com meu(s) blog(s). Talvez não googleze nada e néao me ache.
O mais delicado, talvez sim, talvez não, é o fato de que posso responder anúncios e dar de cara com o blog da pessoa que eu gostaria que fosse meu patrão.
O que aconteceu essa semana. (Li o blog do moço, mas não deixei comentário, não sabia o que escrever que não parecesse supeito. O blog fala de sua empresa, par aonde escrevi.)
Pode ser uma vantagem, como pode ser uma desvantagem. Não sei se o fato de deixar comentários no blog de um “patrão em potencial” é bom para nós. Bom, isto não deve alterar nossa reputação internética se deixarmos recados corretos e decentes. Mas será que eles, empregadores, não pensam que somos uns chatos de galocha? Mandanmos currículos e ficamos passeando pelo blog deles para ver se sai algo, um encontro, uma proposta de emprego?
Ao mesmo tempo, se frenquentarmos um blog regularmente, deixando comentários interessantes, sem se candidatar a qualquer coisa, podemos desenvolver uma relação epistolar por email (essa é fogo, não?) que pode vir a terminar em proposta de emprego.
Meditemos, meditemos.

Nenhum comentário: